quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tombando sob a névoa.

Debaixo de uma lage de concreto alguem grita:
porque de tudo isso?
fiz eu algo de errado?
nasci eu no lugar errado?
e a resposta é o silencio intercalado com algum tipo de som de desabamento.
a terra treme seguindo a normalidade e a vida finda-se por anormalidades.
como se mata a fome de quem morre de fome?
com um biscoito de terra?
a mesma terra que alimenta, mata.
mas preferimos nós gastarmos em latas de coca-cola zero ou coliformes fecais que ajudam a regular o intestino.
ouvesse um gemido nas pedras que não formam mais um abrigo e sim uma prisão.
morresse aos poucos.
o tempo é o inimigo mais mortal.
tudo o que não se tinha é perdido.
o sangue já não corre mais nas veias e sim no chão.
e eu lhe pergunto: o teu voluntariado é apropriado para dar agrado ao desesperado?

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